De acordo com fontes próximas ao presidente Jair Bolsonaro, o atual Advogado-Geral da União, André Mendonça, é o favorito para ser indicado ao Supremo Tribunal Federal (STF) como representante da comunidade evangélica. Mendonça é pastor da Igreja Presbiteriana do Brasil e tem sido elogiado por setores evangélicos do país.

A possível indicação de Mendonça tem levantado debates sobre a laicidade do Estado e o papel da religião na esfera pública. O artigo 19 da Constituição Federal deixa claro que é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança.

No entanto, o presidente Bolsonaro tem demonstrado uma proximidade com setores religiosos desde o início de seu mandato. Desde então, a nomeação de ministros e a criação de políticas públicas têm sido influenciadas pela visão conservadora e religiosa do presidente.

A possível indicação de Mendonça ao STF também tem sido avaliada por setores políticos ligados à comunidade LGBT, que temem uma possível influência da religião em decisões importantes do Supremo, como a criminalização da homofobia e a união civil de pessoas do mesmo sexo.

Para alguns analistas políticos, a indicação de Mendonça reafirmaria o papel dos setores religiosos no governo federal, mas também seria uma manobra política do presidente para se aproximar da base evangélica visando a reeleição em 2022.

Por outro lado, a possível nomeação de André Mendonça também é vista com bons olhos por aqueles que defendem a presença de evangélicos no poder público. Segundo eles, Mendonça seria capaz de trazer uma perspectiva diferente para o STF, levando em consideração os valores e princípios defendidos pela comunidade evangélica.

Ainda não se sabe quando Bolsonaro fará a indicação oficial ao STF, mas a expectativa é que isso aconteça em breve. A decisão será discutida e avaliada pelo Senado Federal antes da aprovação.

Independentemente da nomeação de Mendonça ou de qualquer outro indicado, o debate em torno da laicidade do Estado e do papel da religião na esfera pública deve continuar em pauta, especialmente em um momento em que as questões políticas religiosas têm se tornado cada vez mais latentes no país.